sábado, 23 de março de 2013

5 Dicas para manter seu cachorro no peso ideal


Pois é, não é só você que pode ter problemas com o peso. Seu cãozinho também, caso não se alimente corretamente. Ele fica indisposto, sem energia e pode vir a ter outros problemas de saúde.
É preciso tomar cuidado. Abaixo separamos algumas dicas para ajudar seu melhor amigo a ficar sempre no seu peso ideal.
1) Se o seu cachorro já está acima do peso, diminua gradualmente a alimentação dele, dia a dia, oferecendo rações de baixa caloria. Mas atenção! Antes de fazer isso, consulte um veterinário para diminuir a quantidade na medida correta, de forma que não prejudique a saúde do cão.
2) Fique atento à quantidade recomendada de ração, pois mesmo um pouquinho a mais pode acabar fazendo diferença.
3) Você tem mais de um cão? Então certifique-se que um não está “roubando” a comida do outro. Para evitar isso, alimente todos no mesmo horário.
4) Evite dar guloseimas com frequência ao cão. Isso pode prejudicar a alimentação dele. Evite também que ele peça comida quando você e as outras pessoas da casa estiverem comendo. Alimente-o antes de todos comerem.
5) Estabeleça horários fixos para alimentar o seu cachorro. É importante que o alimento fique disponível para o cão por apenas um período curto de tempo, por exemplo: 30 minutos no período de adaptação e 15 minutos após o cão adquirir o hábito. Se passar esse tempo e ele não comer, retire a ração e forneça de novo apenas na próxima refeição. Dessa forma,  ele aprende que tem apenas um determinado horário e tempo para se alimentar.



Fonte: http://www.labovet.com.br

quinta-feira, 21 de março de 2013

5 Dicas para Adotar um Animal de Estimação


Quer adotar um animal de estimação? Não basta apenas bater o olho e escolher. É preciso levar em consideração alguns fatores e informações para que a experiência seja agradável para você e, principalmente, para o animal.
Confira algumas dicas para escolher o seu companheiro.
1) Só tome a decisão de adotar um animal depois de refletir e pesar todas as consequências e mudanças que um animalzinho  vai trazer para a sua rotina e para a rotina das pessoas que moram com você.
2) Se informe sobre o estado de saúde e as condições do seu futuro amiguinho. Pergunte tudo! Que idade ele tem? Qual a sua personalidade e seu comportamento? Ele já foi castrado? Qual seu histórico de saúde?
3) Se a pessoa que estiver doando o animal fizer de tudo para que você o leve, desconfie! Um protetor consciente não faria isso, não empurraria, por exemplo, um pastor alemão para quem vive em um apartamento. Lembre-se que tanto quem vai doar quanto quem vai adotar devem colocar o bem-estar do animal em primeiro lugar.
4) Certifique-se que o seu futuro pet foi devidamente vacinado e vermifugado. Verifique a sua carteira de vacinação, que deve estar assinada e autenticada por um veterinário.
5) Não menos importante: brinque com o bichinho, leve em consideração a sintonia do primeiro contato entre vocês dois. Empatia também é super importante nesses casos.


Fonte: http://www.labovet.com.br

10 Curiosidades sobre os Cães


1 - Os cães pertencem à mesma família dos lobos, das raposas, dos coiotes e dos chacais: os canídeos.  Existem 34 espécies diferentes de canídeos. 
2 - Cães e lobos são tão próximos que podem até cruzar e gerar filhotes híbridos. 
3 - Rápidos! O greyhound (ou galgo inglês) e o whippet (também inglês) podem atingir até 80 km por hora, sendo as duas raças de cães mais velozes do planeta.
4 - Fortes! O mastin inglês, o rottweiller e o fila brasileiro são os donos das mordidas mais fortes. Eles possuem uma mandíbula mais curta e forte, que acabam funcionam como uma espécie de alicate. 
5 - Inteligentes! O border collie, o pastor alemão, o poodle, o golden retriever e o pinsher são as raças mais inteligentes entre os cães.
6 – Os cães herdaram o hábito de enterrar ossos e outros objetos de seus ancestrais lobos, que costumam enterrar sobras de alimentos para sobreviver aos tempos de escassez de caça. 
7 – O coletor de impostos alemão Karl Friedrich Dobermann (1834-1894) cruzou quatro raças diferentes, dando origem ao dobermann.
9 - O rottweiller já era utilizado como cão de pastoreio pelas legiões romanas. 
10 -Na China, o sharpei é utilizado como cão de rinhas. Já chow chow é usado como cão de caça.




Fonte: http://www.labovet.com.br

terça-feira, 19 de março de 2013

Cães: Tratamento de Distúrbios Neuromusculares em Cães com o uso da Acupuntura


A acupuntura (acu: pedra, agulha e punctura: pontos) é uma arte milenar de cura usada no tratamento de dores e certas patologias desde o período paleolítico. A China antiga é reconhecida como o berço desta ciência, sendo utilizada inicialmente, como forma de tratamento para o homem, e animais de trabalho, como os eqüinos. Desta forma fica muito difícil separar a história da acupuntura, com a da China Antiga. Segundo Torro (1997), sua história é dividida em dinastias:

Dinastia Hsia: (2205 a 1766 a. C): Período bastante obscuro, sem provas arqueológicas concretas sobre a origem da acupuntura.

Dinastia Shang: (1765 a 1123 a. C): Confirmações arqueológicas, com o surgimento do livro das mutações ou I Ching, o primeiro a falar das duas energias da base da acupuntura Yin/Yang e início das confecções das agulhas metálicas.

Dinastia Chou: (1122 a 256 a. C): Aparecimento do livro Nei King, um dos mais famosos na acupuntura. Nesta dinastia temos a menção mais aceita do primeiro veterinário acupunturista Chão Fu (947 a 928 a. C), no tratamento de cavalos.

Dinastia Chin: Período muito curto na história da acupuntura, poucos relatos.

Dinastia Han: (206 a.C a 220 D. C): Primeiras obras sobre a pulsologia
diagnóstica.

Período de Desunião: (221 a 589): Houang Fou Mi escreve Chia I Ching e “fixa” a exata localização dos pontos de acupuntura no homem, numerando-os de acordo com o respectivo meridiano.

Dinastia Suio e Tang: (590 a 960): Introdução da mensuração métrica do Tsun (unidade de medidas na acupuntura) na localização dos pontos. Aumento do número de registros de cavalos de batalhas tratados pela acupuntura. Formação da primeira escola de acupuntura veterinária.

Dinastia Sung: (960 a 1279): Surgimento de muitas escolas de acupuntura, origem da primeira “farmácia” veterinária (fitoterapia chinesa).

Dinastia Yuan: (1280 a 1367): Desenvolvimento da acupuntura, aumento dos registros de tratamentos em eqüinos.

Dinastia Ming: (1368 a 1643): Declínio da acupuntura.

Dinastia Ching: (1644 a 1911): Acentua-se o declínio da acupuntura, estabilizando-se e crescendo novamente. Verificamos, portanto que história da acupuntura na Medicina Veterinária está muito ligada ao tratamento dos animais de grande porte, como os eqüinos; animais de companhia como o cão, estão experimentando um progresso desta terapia nas últimas décadas.

CONTEÚDO


A acupuntura é um método terapêutico que utiliza a estimulação de certos pontos cutâneos escolhidos pelas suas indicações terapêuticas, em vista de se obter: uma ação antálgica; um efeito antiespasmódico, descongestionante ou excitante e tônico; e também um aumento da capacidade de resistência do organismo as diversas agressões as quais está submetido (RUBIN, 1983). Segundo Leger (1977), os chineses acreditam que a origem real da doença concentra-se no obstáculo ao fluxo natural de energia, se sobrevém um obstáculo nocircuito da grande circulação de energia, tudo que fica a montante adquirirá excesso etudo que está a jusante, uma insuficiência de energia. Portanto o papel da acupuntura é o de suprimir tal obstáculo, excitando o ponto ou pontos apropriados (Figura 1 e 2). A acupuntura reúne na verdade duas técnicas: a estimulação de áreas definidas na pele por agulhas e/ou por transferência de calor para fins terapêuticos. A natureza do tratamento pela acupuntura visa restabelecer o equilíbrio do organismo nos estados defunção contraditórios, tratando doenças funcionais reversíveis e propiciando uma melhora no caso de doenças graves (DRAEHMPAEHL & ZOHMANN, 1997).
A acupuntura tem indicação em diversas patologias, sempre como um complemento a Medicina Veterinária convencional e muitas vezes indicada para poder substituir gradativamente os medicamentos alopáticos cujos efeitos colaterais não são suportados pelo animal.

A acupuntura é uma técnica indicada no tratamento de doenças neurológicas como paresias e paralisias de diferentes origens, epilepsia refratária ao tratamento médico e processos agudos ou crônicos dolorosos, devido ao seu intenso efeito analgésico. Na acupuntura além das agulhas convencionais, utiliza-se também, de associação no tratamento das patologias como: implantes de agulha de ouro, moxabustão, injeção
de vitamina B12; eletroacupuntura. Cada técnica será explicada a seguir:

Implante de ouro: O objetivo desta técnica é estimular por um longo período o ponto de acupuntura. É aplicada principalmente em patologias de dor crônica como displasia coxofemoral e espondilose.

Moxabustão: Nesta técnica utiliza-se o calor para tratar de doenças crônicas, do frio e de deficiência. Utiliza-se para tanto um bastão de Artemísia vulgaris, uma erva chinesa. O bastão é colocado próximo ponto de acupuntura durante alguns segundos, aquecendo-o e tomando cuidado para não se encostar à pele do animal.

Injeção de vitamina B12: Tem a finalidade de estimular o ponto acupuntural por um período maior. As vitaminas do complexo B são muito utilizadas em todos os tipos de tratamento e nesta técnica utiliza-se uma agulha de insulina, que não causa desconforto ao animal e a quantidade é de acordo com o local e o tamanho do animal, e a dose variando de 0,2ml até 1ml.

Eletroacupuntura: É a principal técnica utilizada nos casos de distúrbios neurológicos e articulares. Produz excelente analgesia e um estimulo muscular. A freqüência normalmente é de 10Hz durante 10 a 20 minutos, porém em casos de dor aguda o tempo de estimulação pode chegar à 40 minutos com uma freqüência
alternada acima de 1000Hz. Está técnica em muito dos casos, é bem aceita pelos animais, porém pode haver uma certa resistência nos primeiros tratamentos, geralmente após duas ou três sessões o animal estará acostumado.

Tratamentos:


Cinomose: A acupuntura é utilizada principalmente para tratar os casos de sequela, mas não é utilizada nos casos agudos da mesma. A resposta é excelente com a maioria dos casos tendo recuperação de quase 100%. A paresia dos membros é a lesão mais fácil de resolver do que as mioclonias. Utilizam-se as agulhas com associação moxabustão e injeção de complexo B, o tratamento é feito uma vez por semana durante 20 minutos, sendo 10 minutos de moxabustão; atenção com a probabilidade de o animal piorar nas primeiras duas
semanas de tratamento, isso pode ser uma recaída da própria doença ou pode ser efeito da acupuntura. O tempo de recuperação é muito variável, isto vai depender muito do estado do animal.

Síndrome de Wobbler: O tratamento de escolha é a acupuntura, onde obtemos excelentes resultados. Utiliza-se o método “cercando o dragão” são pontos locais ao redor da lesão associada a eletroacupuntura numa freqüência de 10Hz por 20 a 40 minutos.

Neurite do Trigêmeo: Caracteriza-se pelo aparecimento agudo de paralisia mandibular levando a incapacidade de fechar a boca. A vantagem do uso da acupuntura é que em torno de três dias o animal está curado. O ponto chave para o tratamento é o estimulo elétrico em uma freqüência de 10Hz durante 40 minutos. O tratamento é diário e se possível duas vezes por dia. 

Acidente Cerebrovascular: A acupuntura trata as sequelas como paralisia facial, inclinação da cabeça, andar em círculos, dismetria do andar dos anteriores onde se obtém ótimos resultados. O tratamento é eletroestimulação 10Hz por 20 minutos.

Displasia coxofemoral e Necrose Asséptica da Cabeça do Fêmur: O tratamento é basicamente idêntico para ambas, utiliza-se os pontos Bai Hui e eletroestimulação com freqüência de 10Hz por 10 a 15 minutos. Associa-se também injeção de complexo B. A técnica é feita uma vez por semana.

Espondilose: o tratamento de escolha é a acupuntura não sendo necessário o uso de remédios. No procedimento é feitas a técnica de “cercar o dragão” com eletroestimulação durante 20 minutos com uma freqüência de 10Hz; tem o emprego também de moxabustão durante 10 minutos e injeção de complexo B. Em casos mais graves que não se obtém resultados o uso da técnica de implante de ouro apresenta
uma boa resposta.


CONCLUSÃO


Podemos concluir que a Acupuntura e as suas técnicas de aplicação têm sido muito bem aceitas pelos veterinários e proprietários como forma de terapia para diversas patologias, principalmente aquelas do sistema nervoso onde para as sequelas neurológicas, a Acupuntura, torna-se possivelmente o único tratamento. E
dependendo do grau da lesão, onde se a cura total não pode ser estabelecida, alcança-se pelo menos, a melhora na qualidade de vida do paciente. Portanto, fica evidente a utilidade terapêutica desta ciência, que por sua vez deveria ser incluída nas grades curriculares de todas as Faculdades de Medicina Veterinária, para que os
acadêmicos pudessem desde a graduação ter contato com esta milenar e fascinante técnica de cura.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


DRAEHMPAEHL, D.; ZOHMANN, A. Acupuntura no cão e no gato - Princípios
básicos e prática científica. São Paulo: Roca, 1997. 245p.

LERGER, J.P. Pequeno guia de acupuntura. São Paulo: Andrei, 1977. 61p.

RUBIN, M. Manual de Acupuntura Veterinária. São Paulo: Andrei, 1983. 159p.

TORRO, C. A. Atlas prático de acupuntura do cão. São Paulo: Livraria Varela, 1997, 185p.



Autor: Foganholli, Josiane Nobre
           Filadelpho, André Luís




REVISTA CIENTÍFICA ELETÔNICA DE MEDICINA VETERINÁRIA – ISSN: 1679‐7353
Revista Científica Eletrônica de Medicina Veterinária é uma publicação semestral da Faculdade de Medicina
Veterinária e Zootecnia de Garça FAMEFiladelpho, André LuísD/FAEF e Editora FAEF, mantidas pela Associação Cultural e Educacional de
Garça – ACEG. Rua das Flores, 740 – Vila Labienópolis – CEP: 17400‐000 – Garça/SP – Tel: (0**14) 3407‐8000 –
www.revista.inf.br – www.editorafaef.com.br – www.faef.br.
Ano V – Número 09 – Julho de 2007 – Periódicos Semestral



segunda-feira, 18 de março de 2013

Recentes avanços em Anestesiologia Veterinária



Os progressos na monitoração do paciente e a introdução de novos fármacos e técnicas anestésicas têm possibilitado maior segurança durante a anestesia. Apesar da falta de levantamentos estatísticos nacionais, estudos realizados em outros países relatam que o índice de mortalidade relacionada à anestesia em pequenos animais é de aproximadamente 0,15% (CLARKE & HALL, 1990). Atualmente, os hospitais e clínicas de pequenos animais têm investido em recursos como anestesia inalatória e aparelhos mais sofisticados de monitoração (oxímetro de pulso, monitor cardíaco). Apesar de exigir treinamento específico e um investimento inicial maior, a anestesia inalatória proporciona maior segurança ao paciente. Dentre os anestésicos inalatórios mais empregados em nosso meio, destacam-se o halotano e o isofluorano. O isofluorano, quando comparado ao halotano possui a vantagem de proporcionar indução e recuperação mais rápidas da anestesia, não sensibilizar o miocárdio às catecolaminas e não deprimir a função cardíaca (débito cardíaco) (MUIR & HUBBELL, 1995). Entretanto, seu uso está restrito a animais de alto risco em função de seu custo relativamente elevado. Recentemente, o sevofluorano tem sido utilizado em pequenos animais (OLIVA, 1997), sendo um fármaco com grande potencial de emprego em anestesiologia veterinária.

As técnicas anestésicas injetáveis podem ser utilizadas quando não se dispõe de equipamento para anestesia inalatória e recursos humanos especializados. A associação atropina/xilazina/quetamina tem sido amplamente empregada nestes casos. Entretanto, deve-se considerar que o grau de depressão cardiorrespiratória produzido por esta técnica contra-indica o seu uso em pacientes idosos, cardiopatas e com a função cardiorrespiratória comprometida (KLIDE, 1975; KOLATA & RAWLINGS, 1982). A tiletamina pode ser utizada como alternativa à quetamina, possuindo maior potência e duração de ação. Contudo, este fármaco resulta em recuperação anestésica mais prolongada com maior risco de excitação, principalmente em cães. A tiletamina é disponível para uso clínico associada ao zolazepam (benzodiazepínico). A utilização de um fenotiazínico (levomepromazina) previamente à tiletamina/zolazepam melhora a qualidade da anestesia (POMPERMAIER, 1995).
Dentre os anestésicos gerais intravenosos, o tiopental e tiamilal sódico tem sido utilizados como agentes indutores da anestesia geral inalatória ou como agentes únicos em procedimentos de curta duração. A anestesia produzida por estes fármacos pode ser prolongada através da re-administração de pequenas doses adicionais, entretanto seu efeito cumulativo é pronunciado nestes casos, observando-se que a recuperação do animal torna-se excessivamente prolongada (MASSONE, 1994). O propofol é um novo anestésico geral intravenoso, cujo emprego tem sido investigado em pequenos animais. A sua característica mais notável é o efeito cumulativo menos pronunciado e a recuperação mais rápida que os bartúricos (tiopental).
As anestesias locais podem ser empregadas em pequenos animais para determinados procedimentos cirúrgicos. A anestesia peridural é uma modalidade de anestesia local utilizada com sucesso em cães, para cirurgias retro-umbilicais (cesarianas, fraturas de membros posteriores). Todavia, esta técnica pode não ser viável em animais obesos e de temperamento agitado. Deve-se considerar ainda o risco de intoxicação pelo emprego de doses elevadas de anestésico local, principalmente em filhotes e animais pequenos.
O emprego de novos fármacos e técnicas anestésicas tem possibilitado maior segurança durante a anestesia . Entretanto, ainda não se desenvolveu o anestésico "ideal" ou seja, aquele capaz de produzir analgesia, inconsciência e relaxamento muscular, sem interferir com as funções vitais, resultando em recuperação rápida e isenta de complicações. Para a realização de uma anestesia segura, deve-se conhecer a farmacologia do agente anestésico que se está empregando, bem como suas vantagens e desvantagens face às diversas situações clínico-cirúrgicas.
 

 
REFERÊNCIAS

CLARKE K.W., HALL L.W. A survey of anesthesia in small animal practice: AVA/BSAVA report. J. Ass. Vet. Anaesth. v.17, p.4-16, 1990.

POMPERMEYER, L.G. Avaliação da levomepromazina e atropina como medicações pré anestésicas na anestesia dissociativa pela associação tiletamina-zolazepam, em cães. Botucatu, 1995. 132p. Tese (Doutorado) - Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade Estadual Paulista.

KLIDE, A.M. CALDERWOOD, H.W., SOMA, L.R. Cardiopulmonary effects of xylazine in dogs. Am. J. Vet. Res v.36, p.931-5, 1975

KOLATA, R.J. RAWLINGS, C.A. Cardiopulmonary effects of intravenous xylazine, ketamine , and atropine in the dog. Am. J. Vet. Res. v.43 p.2196-8, 1982.

MASSONE, F. Anestesias gerais barbitúrica e não-barbitúrica. In:___ Anestesiologia Veterinária: Farmacologia e Técnicas. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, p.58-68, 1994.

MUIR, W.W., HUBBELL, J.A.E. Pharmacology of inhalation anesthetic drugs. In: ___ Handbook of Veterinary Anesthesia, St. Louis: Mosby-Year Book, p.142-60, 1995.

OLIVA, V.NL.S. Avaliação do uso do sevofluorano como agente de manutenção anestésica em cães, em diferentes concentrações de oxigênio e óxido nitroso. Botucatu, 1997. 91p. Tese (Doutorado) - Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade Estadual Paulista.


Autor: Prof. Francisco José Teixeira Neto
           Responsável pelo Serviço de Anestesiologia Veterinária
           FMVZ / UNESP - Botucatu

Hiperadrenocorticismo Em Cães

O hiperadrenocorticismo (HAC) ou Doença de Cushing manifesta sinais clínicos e anormalidades bioquímicas resultantes da exposição crônica ao excesso de glicocorticóides. O HAC pode surgir espontaneamente - hipofisário e adrenocorticotrófico, ou ainda pela administração excessiva de glicocorticóides – iatrogênico (FELDMAN, 1999, NICHOLS, 1998) .



HIPERADRENOCORTICISMO

O HAC hipofisário representa aproximadamente 80% dos casos de HAC em cães. A presença de tumores ou a hiperplasia da hipófise leva à secreção excessiva de ACTH. Tal evento ocasiona a hiperplasia adrenocortical bilateral e excesso da secreção de cortisol. O efeito de feedback do eixo hipotalâmico-hipofisário-adrenal desaparece, e apesar do aumento do cortisol sérico a secreção de ACTH permanece dentro da normalidade (PETERSON, 1998, CHASTAIN, 1997). O HAC de origem adrenal está relacionado com a presença de tumor (carcinoma/adenoma), que raras vezes é bilateral. O tumor adrenocortical induz a produção excessiva de cortisol que inibe a produção de corticotropina no hipotálamo, inibindo a produção de ACTH na adenohipófise. Na ausência do ACTH a glândula adrenal normal cessa a produção de cortisol e por desuso ocorre hipoplasia e atrofia da mesma. No entanto, mesmo na ausência do ACTH, a adrenal com tumor continua a liberar cortisol desordenadamente. Há também o HAC iatrogênico, que é resultado da administração excessiva de glicocorticóide. Neste caso ocorre hipoplasia bilateral uma vez que as glândulas adrenais estão em desuso, pois o cortisol exógeno inibe a produção de ACTH (FELDMAN, 1999, NICHOLS, 1998).


DIAGNÓSTICO


O HAC geralmente acomete cães de meia idade a idosos, contudo o HAC hipofisário pode ocorrer em cães jovens. As raças predispostas são: Poodle, Dachshund, Beagle, Boxer e Boston Terrier, porém outras podem ser acometidas. Apesar de não apresentar predisposição sexual o HAC de origem adrenal é mais comum em fêmeas (70% de ocorrência). Os sinais mais comuns de HAC são: poliúria, polidipsia que podem ser indicativos de diabete melito secundário, polifagia devido ao aumento do catabolismo proteico e lipídico, respiração ofegante ocasionado pela fraqueza da musculatura abdominal, alopecia, hiperpigmentação da pele, úlcera gástrica em razão do aumento da secreção de ácido clorídrico e pancreatite gerada pelo aumento da produção de enzimas gástricas e insulina, além de atrofia testicular e infertilidade na fêmea (FELDMAN, 1999, NICHOLS, 1998). Além da observação do histórico e dos sinais clínicos, exames como hemograma, perfil renal, perfil hepático e urinálise devem ser solicitados. No hemograma é observado leucograma de estresse e hiperglicemia, no perfil renal a creatinina aumentada e uréia diminuída poderão estar presentes, sendo que o mesmo ocorre com a ALT e AST no perfil hepático. Na urinálise, glicosúria e proteinúria estão presentes. A dosagem de ACTH e cortisol são importantes e também deverão ser realizadas (NELSON, 2001, CHASTAIN, 1997). Na radiografia abdominal pode-se evidenciar hepatomegalia, distensão vesical, metástases abdominais e mineralização dos tumores da adrenal. Na radiografia torácica poderá estar presente calcificação de traquéia e brônquios, metástases pulmonares, cardiomegalia direita e tromboembolismo pulmonar. No exame de ultrassonografia o tamanho e forma das adrenais poderão ser analisados. A tomografia computadorizada e a ressonância magnética revelam tumores adenohipofisários maiores de 1cm, sendo os exames mais precisos para imagem das adrenais.

TESTES DIAGNÓSTICOS


Teste de supressão com baixa dose de Dexametasona – é utilizado para confirmar o HAC. O paciente deve estar livre de cortisona por pelo menos 60 dias. Após a dosagem de cortisol sérico é administrado dexametasona ao paciente, na dose de 0.015 mg/kg IV ou IM. Após quatro horas da aplicação, o cortisol estará maior que 1 μg/dl, permanecendo assim até oito horas após a administração de dexametasona nos cães normais (SCHIMMER, 1996). No HAC hipofisário, 25% dos pacientes costumam diminuir a concentração do cortisol abaixo do nível normal nas primeiras quatro horas e tornam-se então maiores que o normal até completar oito horas da administração. Teste de supressão com alta dose de Dexametasona – é usado para diferenciar HAC hipofisário de adrenocorticotrófico. Teste de concentração de ACTH endógeno – diferencia o HAC hipofisário do adrenocorticotrófico (SCHIMMER, 1996).

TRATAMENTO


Atualmente o fármaco de escolha para o tratamento de HAC espontâneo é o Mitotano (Lisodren®), que provoca necrose seletiva das zonas do córtex adrenal (SCHIMMER, 1996).

Hiperadrenocorticismo hipofisário
Indução:
- Mitotano (Lisodrenâ) 30-50 mg/kg/dia SID PO, por 7 a 10 dias com alimento.
- Prednisolona 0,15 - 0,25mg/Kg/dia
- Diante de efeitos colaterais (anorexia) suspender o mitotano, mantendo somente o glicocorticóide até que o paciente estabilize.
- Teste de ACTH no décimo dia e dosagem de cortisol.

Manutenção:
- Mitotano (Lisodren®) 50 mg/Kg semanalmente em 2 a 3 doses
- Recidiva - retorna a fase de indução
- Teste com ACTH a cada 3 meses

Hiperadrenocorticismo Adrenal
O tratamento medicamentoso é indicado caso o tratamento cirúrgico não seja possível ou em caso de doença residual após adrenalectomia (SCHIMMER, 1996).
Indução:
- Mitotano (Lisodren®) 50-75 mg/Kg/dia.
- Prednisona 0,2 mg/Kg/dia.

Manutenção:
- Mitotano (Lisodren®) 75-100mg/Kg semanalmente e mantém prednisona na mesma dose da fase de indução.
- Na presença de efeitos colaterais, descontinuar o mitotano e baixar a dose em 25 a 50%.
- Monitorar com teste de estímulo de ACTH.


TRATAMENTOS ALTERNATIVOS


Cetoconazol – é um anti-fúngico oral imidazólico. Este medicamento atua sobre as enzimas intramitocondriais, impedindo a biotransformação do colesterol, inteferindo assim, na síntese de hormônios esteróides.
L-deprenil (Anipril®) – indicado somente para os casos de HAC hipofisário, pois atua inibindo o excesso de ACTH produzido pela adenohipófise. Este fármaco vem sendo utilizado amplamente devido a sua segurança e eficiência. 
Trilostano - inibe a enzima 3b HSD e consequentemente a esteroidogênese. Seu uso é restrito a pacientes com HAC hipofisário. O medicamento tem se mostrado seguro efetivo e livre de efeitos colaterais.

CONCLUSÃO

O HAC hipofisário representa aproximadamente 80% dos casos de HAC em cães. O HAC de origem adrenal está relacionado com a presença de tumor (carcinoma/ adenoma) adrenocortical, que raras vezes é bilateral. Há também o HAC iatrogênico, que é resultado da administração excessiva de glicocorticóide. Geralmente acomete cães de meia idade a idosos, contudo no HAC hipofisário pode ocorrer em cães jovens. Os sinais mais comuns em hiperadrenocorticismo são: poliúria, polidipsia, polifagia, respiração ofegante, fraqueza da musculatura abdominal, alopecia, hiperpigmentação da pele, úlcera gástrica e pancreatite. A dosagem de ACTH e cortisol são bastante importantes e também deverão ser realizadas. Os testes realizados para confirmar o HAC são: teste da supressão com baixa dose de Dexametasona e teste da supressão com alta dose de Dexametasona. Atualmente o fármaco de escolha para o tratamento de HAC espontâneo é o Mitotano (Lisodren®), ele provoca necrose seletiva das zonas do córtex adrenal. O tratamento para o HAC adrenocortitrófico é indicado caso o tratamento cirúrgico não seja possível ou em caso de doença residual após adrenalectomia.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FELDMAN, E.C. Hiperadrenocorticismo. In: ETTINGER, J.S., FELDMAN, E.C.
Tratado de medicina interna veterinária. Manole, São Paulo, SP, 1997, pg. 2123

NELSON, W.W. Hiperadrenocorticismo em cães. In: NELSON, R.W., COUTO, C.G.
Medicina interna de pequenos animais. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, RJ,
2001. pg. 610.

PETERSON, M.E. Distúrbios endócrinos e metabólicos. In: BIRCHARD, S.S.,
SHERDING, R.G. Clínica de pequenos animais. Roca, São Paulo, Sp, 1998, pg.
247.

NICHOLS, R., PETERSON, M.E., MULLER, H.S. Glândulas adrenais. In: In:
BIRCHARD, S.S., SHERDING, R.G. Clínica de pequenos animais. Roca, São
Paulo, Sp, 1998, pg. 270.

CHASTAIN, C.B. O sistema endócrino e metabólico. In: HOSKINS, J.D. Pediatria
veterinária. Inter-livros, Rio de Janeiro, RJ, 1997, pg. 393.

CHASTAIN, C.B. O sistema endócrino e metabólico. In: GOLDSTON, R.T.,
HOSKINS, J.D. Geriatria e gerontologia cão e gato. Roca, São Paulo, SP, 1997,
pg.335.

SCHIMMER, B.P., PARKER, K.L. Inibidores da síntese e das ações dos hormônios
adrenocorticais. In: HARDMAN, J.G., LIMBIRD, L.E. Bases farmacológicas da
terapia, 9ed, McGRAW-Hill, México, 1996, pg. 1082.



Autor: Luiz Henrique Gil BOLFER¹, Eli Cristina Martins DA SILVA¹, Cássia Maria Enes
Santos LANZA¹, Leticia FANUCCI¹, Marcelo MEYER¹, Amanda SOTELO¹, Roseli
Borges TEIXEIRA².



1. Alunos do Curso de Medicina Veterinária da Universidade Tuiuti do Paraná
2. Professora Mestre do Curso de Medicina veterinária da Universidade Tuiuti do
Paraná